19 dezembro 2014

Saúde!

Quando falta saúde 
Quando a alma padece 
Sobra falta de amor
Dispara o termômetro da ansiedade 
E da dor...
Falta Estado,
Falta posto,
Falta médico, técnico, psicólogo
Sobre escárnio, desculpas e angústias 
Quando falta saúde 
Quando o corpo está alquebrado
E o comprimidos são mais comuns que os alimentos 
O amor se fragiliza 
E é testado no seu estado bruto.
Quando falta saúde 
Nesse mundo-cão de correria
De rapidez de produção 
(Afinal ainda são tempos modernos)
Sobra desconfiança 
E desrespeito às letras da lei. 
Quando falta saúde 
Desfaz-se a condição humana
Sobra um corpo violentado e sem vitalidade,

16.12.14 

25 novembro 2014

Cores

Fui invadido por uma saudade 
Não era de gente
Tampouco era de um lugar 
ou uma situação específica ... 
Era saudade de algo colorido!
Uma sensação de arco-íris 
Um segundo de Renoir 
Um instante de Gaudí 
Um vida numa aquarela de vívidas cores!
Saudade de poemas coloridos...
Um coisa como o gradil do Bonfim cheio de cores agitadas pelo vento...
Ou livro de criança pequena e pequena. 
Uma paleta caledoscópica... sem ácido.
Por um instante eu tive a certeza, 
daí a saudade - penso,
Que meu corpo, ou meu espírito, fora, ou é, 
todo de todas as cores ao mesmo tempo...
Tudo isso entre o café com leite e uma torrada sem geléia - em sépia. 

13 novembro 2014

Almas

Permita sempre que sua alma voe 
Começando pelo seu quarto
Até que ganhe distâncias maiores
Deixe que voe e aproveite a vista 

Nesses passeios reconhecemos as coisas
Podemos vê-las de cima pra baixo e de trás pra frente 
Voe, divirta-se ou se entristeça 
Mas deixe sempre sua alma te guiar

Em cada saída uma coisa para mudar
Ou, então, algo para não se desfazer tão  prontamente
Só a alma pode olhar o que está por trás de uma fotografia
Enquanto estamos diante dela. 

Voe com sua alma sempre
Mas isso só vale em tempos de calma
Pois uma alma em cólera 
Voa às cegas e te despe de qualquer humanidade. 
Retira-lhe a sobriedade revirando seus olhos. 

Mas voe sempre com sua alma
Quando nada, será um mergulho 
Profundo o suficiente - sem traumas físicos. 
Não existe alma rasa. 

09 novembro 2014

Tarja preta

Quero dizer que parei
com os tarjas pretas
com os sorrisos amarelos
com a camisa aberta até o peito

Quero avisar que não dá mais
para dividir intimidade 
para morrer de ansiedade 
para assistir aos filmes mal acompanhada

Quero dizer que parei
de comer qualquer coisa
de comer qualquer um
de comer sem forme, mesmo com muita gula

Quero avisar que não dá mais 
pra ir para a academia pensando no outro 
pra ter fé sem me conhecer primeiro
pra amar sem ter uma música e alguns segredos

Quero dizer que parei 
de me obrigar às suas obrigações 
E que já não dá mais 
para sorrir e chorar pelas suas contradições 

Quero dizer que parei com os tarjas pretas.

28 outubro 2014

Alógico

nada me ocorre
nada em meu peito corre
bate,  mas não doe
bate, mas não se mexe
até circula, mas é estático
um alucinação
e nada me ocorre.
falo e só o silêncio escorre
deve ser porque falo com os olhos
olhos de penetrar
boca de fazer chorar
ouvidos que permitem beijar
outra alucinação
e nada me ocorre.
uma escrita cansada
de remédios obnubilada 
sem gosto e com tantas paradas
paradas de outro tempo, alógico 
psicose em franca ação
e nada me ocorre.
talvez deva voltar daqui
mas a vida a cama estão muito quentes...
tenho coração de poeta e mãos de jogador
ou seria
as mãos de um poeta e um coração que há muito parou
nada me ocorre neste instante. 

20 outubro 2014

Destemido

Apaixonar-se é algo definitivamente para os destemidos. O que dizer quando você se apaixona pela ideia daquela coisa ou daquela pessoa. Estou falando de algo diferente do fanatismo, da tietagem, do platonismo. 
Apaixonamento sér
io, com frio na espinha e borboletas imperiais no estômago - com direito à insônia, à escrita de poemas ou à busca de textos, pequenos mimos, que, supostamente, agradariam ao ser em questão.
Mudando as ações dar-se-ia o mesmo por uma coisa - estudar, pesquisar, malhar e um apanhado de comportamentos de aproximação da sua paixão.
Voltando às pessoas...
Não é incrível ter uma pontada de ciúme de alguém que você só reconhece a voz? Mas essa voz, por hora, é tudo que se tem.
Vai chegando o dia do encontro - tudo para ser maravilhoso, afinal já conversamos sobre tudo e nos conhecemos o suficiente.
Engano.
A ideia de alguém pode ser bem diferente deste alguém quando tudo acontece “ao vivo”, pense no risco (o será sempre em qualquer situação) quando isto começa no virtual, de dentro da caverna de Platão.
Parafraseando Euclides da Cunha, o apaixonado é antes de tudo um forte.
Debaixo e acima dos quatro elementos ele quer ver, sentir, testar a própria felicidade do encontro com o que um dia foi verbo e agora se transformou em matéria física.
Telefone não tem cheiro, whatsapp não tem sabor...
Decepção? É uma possibilidade do quebra-cabeça amoroso, mas com isto lidarei quando e se for necessário.



19 outubro 2014

14 outubro 2014

Não é vento!

fico na dúvida 
seria o amor ou a paixão um redemoinho?
uma ideia que gira incessantemente
parecendo mover seu cérebro de lugar
um vento que faz revoar papéis 
um sopro espiralado
que move folhas, galhos secos e coisas não visíveis

os mais velhos e sábios dizem que é Exu
outros, como outras sabedorias, dizem: - é o coisa!

mas estou falando do olho do furacão
de dentro de minha alma que começou a rodar
levando hábitos, costumes e desejos
sem nada edificar ou destruir
apenas confundir uma consciência 
e seus galhos emaranhados e folhas caídas do ego.

fico na dúvida 
seria o amor ou a paixão um redemoinho?

convenções e telhados arrancados
tradições e enchentes
peitos desabrigados e bom senso
promessas e sofrimento
pergunto-me é possível suportar?
ainda é possível amar ou se apaixonar?

talvez sim, mas sem projeções (sei!) 
talvez sim, mas sem competições (sei também!)

continuo falando do rodopiar
no mesmo lugar, termina por corroer
em movimento - ai meu deus!
por que não pode ser apenas brisa?
porque a vida é a capacidade de girar-bailar
ainda que no mesmo lugar, 
mas sempre acima do chão e das tradições.

Opaxorô

Penas brancas e cajado prateado
passos lentos bem marcados
pele negra e manto branco alvo
pureza na pele e na alma
discernimento nas vestes e na coroa
Pai de todos
Mas acima de tudo, dono de todos os Oris
O cajado que segura o peso de tempos imemoriais
também desfaz o mal e combate Iku
Penas brancas e cajado prateado
Cajado enfeitado 
de onde pende tudo que há nos mundos
no Orun e no Ayiê 
Afinal, conhece bem os seus filhos
Penas brancas e cajado prateado. 





29 setembro 2014

O que existe?

era uma dia qualquer
com mais um cigarro qualquer
olhando pro infinito da crueldade de cidade dele
sem saber que era olhado por dois olhos lindos e curiosos
como todo homem sem jeito, ele fez a primeira grosseria
a Terra pararia se ficasse impune – ela tinha bom humor
adultos, na medida certa de uma adolescência,
são o nirvana do charme do flerte
até que os olhos finalmente se encaixaram
porque já tinham se acarinhado tantas vezes
mas ela não sabia que ele não existia
e ele a amou como se nada mais existisse
e ela lhe ofereceu o corpo, a vida, os filhos, todo o amor...
mais um cigarro sem sentido
se nem a fumaça poderia romper os grilhões, as paredes
Homens que não existem não deveriam fazer promessa
destroem a possibilidade de existir por si
e vão deixando de existir para o amor eterno que criou
Será ironia ou proteção
começar na inospitalidade e 
terminar na mais bela praia do mundo..
os olhos dele já não encontravam os dela..
o homem que não existia, sem amor, voltou a ter um corpo
depois de pedir clemência a Yemonja por não ter aprendido a coragem de amar

ela pegou um avião de papel e foi para bem longe do coração dele e da praia mais linda. 

Cante-me

ela sempre me canta
quando desabafa
me canta
quando conversamos
me canta
quando saiamos pra dançar,
na maior zoeira,
aí é que ela me cantava.
quando me diz verdades
me canta.
mas não é que ela me cante
é que os meus ouvidos foram programados,
e os resto do mundo da mesma forma,
(por Olorun, Deus Tupã...)
para que ela cantasse
docemente, mais ou menos, aos nossos corações
ela era minha Aninha
("A poesia não se explica, sente-se")
e de canto em canto
fomos cantar cada um no seu canto
até que numa festa de aniversário
sentada num canto,
sem vergonha alguma,
voltou a me cantar...
e não há felicidade maior
quando lembro que minha Aninha 
saindo ou chegando na faculdade, diz
- quero ser cantora!
e depois de tantas ventanias
denomina-se uma cantante

24 setembro 2014

Fantasia

esse era para você não ir,
não para eu encontrar rasgado sobre a mesa.
e aquela mala sobre o pufe ?
o que tem ali dentro, minhas vísceras? 
- você pode parar de andar pra lá e cá?
- seu hipócrita! Eu não vi você declamando pro Pedro ontem?
- meu amor, aquele bar estava cheio e lotado de você.
cheio do seu cheiro, da sua textura, até de mais motivo para declamar
não acabe comigo, nem sem arrependa
amor tem até maquilagem verdadeira
mas, cura, acho que nem é coisa de Deus...
Paulo, reconsidere sua fantasia
eu podia escolher qualquer pessoa ontem e acordar de malas prontas
sem perceber seu ciúme 
e deixar o criado-mudo sem um poema 
como estás a fazer...
se eu dormisse um pouco mais,
certamente teria o meu coração roubado por um tempo;
ouça, até vivemos sem coração por um tempo, por um motivo ou ainda uma razão ainda mais vulgar . 
pense, 
vamos tomar café
quem me ajudará a cuidar desse gato - esse bicho-teste do meu amor que você comprou?
mudando de gato...
sei que pode cuidar de ti sozinho, mas dá um prazer tão grande em cuidar de você meu bichinho. 
desarruma aquela mala agora, Paulo, e vem tomar nosso café - vou fazer aquele que sandwich você adora.
Agora, se em trinta minutos você não estiver aqui, pode levar meu coração - mais dias, menos dias ele voltará- ele não suporta lágrimas.

17 setembro 2014

Requentado

Por que tanta provocação
Se estamos agrilhoados ?
É para deixar meu corpo marcado pelas correntes
E o seu cada vez mais lânguido?

Se já tens alguém que não sei  como denominar...
Não serei o prato requentado da saudade

Escolhemos estar separados
Descer as alianças ralo abaixo 
Por que brincar de luxúria 
Se desejo vibra diferente de mente?

Não precisa sair correndo
Não existe vergonha entre nós
Só não existirá sexo
Porque amor fomos nos que escolhemos

Só para te lembrar, amor
Isso não tem nada com a orientação do Sol.

11 setembro 2014

Quando você volta?

Minha mãe é costureira
Meu pai é eletricista
Você lembra mesmo de mim?
Como perdê-la de vista?
Nossa, mas já faz tanto tempo...
Quem controla o tempo da paixão?

Sua blusa está aberta
E você já está sem camisa
É estarrecedor vê-la de lingerie
Você também não faz feio em minha mira
É doce tua pele? Você ainda joga?
Pra quem mora só, tens um canto que aprisiona.

Quando você volta?
Não me faça tais perguntas?
É importante pra minha vida
E você acha que estou brincando com a sua e a com minha?
Você não deveria ter feito aquilo
Eu nunca disse que não faria...

Dor e Silêncio

Meu telefone descarregava
Meu computador estava oco
Restavam as presilhas que tinham ajudado a forrar a cama
Um bilhetinho e um adesivo no notebook.

Seguia minha rotina trabalho – casa
Perguntava ao porteiro sobre visitas
Até que num ouriçar da minha pele
Soltei um grito:
Eu te amo, Gabrielle

E meu corpo inteiro se acalmou!
Jamais foi o mesmo
Mas de amor um pouco mais se aletrou 

08 setembro 2014

300 Postagens... Vida longa ao Blog !!!


Amor Amor Amor e + Amor
Obrigado, de verdade, à todos os leitores, leitores anônimos, comentaristas (são poucos mas agradeço assim mesmo), seguidores e os incontáveis amigos do Poesia e Outros Alívios... 




é onde eu poso ser eu mesmo, mas não conta pra ninguém!

Mulheres

São Dindis, Claudias, Helenas
Luizas, Beatrizes, Afrodites
Dorotéia, Julietas, Luchianas
Perséfones, Catarinas, Lígias
Simones, Yokos, Isoldas
Amélies, Scarletts, Guineveres,
Capitus, Diadorins, Nicetes
Hoje chorei bastante com algumas dessas mulheres
Nas vozes de Vanessa da Mata e Maria Bethania
Mulheres tão reais quanto meus sonhos
Ou quanto o piano de Tom Jobim
Ou mesmo a letra fria dos livros ou
A tela do cinema quando me envolve
Feito um edredom em noite de muito frio. 
O amor já pode ser real na primeira linha escrita
Foi feito pra isso para explodir em supernova
Não importa o culpado
Se Deus ou Machado de Assis
Eu descobri pra que serve o amor
Para me arrancar lágrimas como que cheira a pétala de lírio
Fiz essa descoberto na clausura
Sem qualquer vírgula
Sem qualquer droga, e o melhor,
Sem qualquer pessoa...
Só para lembrar que João Guimarães Rosa 
Já sabia que o amor é plural. 

05 setembro 2014

Roma

Nova que que passa distante
Com um amor calado 
Impossível como os ritos de serem revelados
Mas também é como quem faz compras
E é preciso durar um mês - o tempo de se engolir alguém
Fora isso é aventura
É o pão,
É cheiro verde
É a manga
São todas as outras frutas da casa...
É dupla jornada
Filhos, casa e casamento
Jardim, vizinho, 
É dinheiro pra festa
A lingerie nova
Pode tudo ser imaginação minha
Mas pode ser tudo burocrático



Aí salve até o Porto da Barra.

02 setembro 2014

De mansinho.

Despir-me por você 
Era questão de mínimos minutos 
Nada era necessário
Mas com a música certa podia ser arriscado...

Despir-me era invadir, ter olhos
Em segundos saber o ritmo de seu coração 
Pra isso nada era necessário
Delicadeza nas mãos...

Despir-me era morder de levinho teus lábios 
Num golpe mágico ter certeza da sintonia
O melhor do amor é saber certo
Daquilo que arrogantemente se desconfia.

Despir-me é me arrancar ... É mais que ficar nu!
É deixar que somente você veja minha humanidade
Na rua, no restaurante, na cama, no sexo feito em qualquer lugar e hora! 
Nas nossas escolhas não se anda de mansinho.
ॐ Décio Neto

28 agosto 2014

Evoé

Nem sempre o demais é excesso
Da mesma forma o muito pode ser insuficiente
O falso amor é diferente 
Do fiel viciado da balança?
Nem vou falar do cristal quebrado
Para que não pareça suicídio?
Uma imagem, sacra ou não,
Uma vez restaurada é a mesma?
Qual a medida de se ser intenso, fora das bordas
Algum mecanismo psíquico falta de controle
Ou a pele e os sentimentos d'l'autre ?
Qual o limite para se estar deprimido
Um certo grau de disfunção neuroquímica
Ter o mínimo necessário para se drogar com tecnologia de ponta 
Ter alguém que lhe escute uma vez por semana, outra uma vez por mês?
Muita gente perde a mão da intensidade
E pode matar...
Outros são casos subnotificados de F33
E podem morrer...
Qual o verdadeiro fiel da balança?
Que porra é amor verdadeiro, cálido, gélido, falso, funcional
Se, salvo melhor juízo, todos, estou dizendo todos adoecem.
- não é um mau agouro; nem todos se separam - muitos vão adiante. 
Se a restauração traz de volta o brilho àquilo que não tem alma,

Para além de psicólogos e psiquiatras Olorun deveria ter inventado um restaurador de gente. 

27 agosto 2014

27 de Agosto - Feliz dia d@ Psicólog@ para tod@s

Hoje completo 11 anos de formado e me sinto feliz com o ofício que eu ESCOLHI  para minha vida. 

Queridos colegas obrigado pelo companheirismo e presença ativa nas jornadas. 

Eu, como alguns outros, tivemos a sorte de andar como os "Big Ones"....Mercedes Carvalho, Eduardo Saback, Antônio Nery Filho, Neander Abreu, Vera Rocha, Marta Alfano, Nádia Rocha, Lilian Darzé, e tantos outros - estou cometendo um injustiça, mas não lembraria o nome de todos. Perdoem-me. 

Já camainhei um pouco na Psicologia, nem sempre foi fácil, mas sempre foi motivo de crescimento pessoal, espiritual e profissional. 

Feliz Dia D@ Psicólog@ Para Tod@s


26 agosto 2014

It will be

What is meant to be it will be does not matter if you have your closed eyes or how many turns the Earth gives around itself. Or your loved one pass by you a million times, one day something magic happens and none of you two could understand so many time of blindness. The river is flowing in your way and the brilliant road is waiting for you to walk over. What matters most is was already written to everyone. But there are always a way to run away of  this all, even with small chances a person came make it, the well known free will. But if it is meant to be It will be! 

Inelutável

O que eu sei é que esta dimensão chamada vida é algo onde não se fica, ou se sai, inelutavelmente; claro que existem epifanias ao acaso para que cada célula do nosso corpo, que nasce e morre enquanto estamos vivendo não padeça de tédio e leve consigo todas as demais, alienadas da condição de fragilidade, depressão, finitude, psicose e carência. A vida, inexoravelmente, tem o tempo e o tamanho que damos a ela, com os mimos e os espinhos que construímos, principalmente para nós mesmos, no decorrer do Tempo. Incluir aí fé, amor, ódio, desespero, pequenos e grandes vícios (deliciosos ou não), arrogância e humildade: uma série chata de sentimentos antagônicos... Deixa este arranhão aí: - vai curar sozinho... E aquele olhar fulminante, que despiu até a pele... Quem sabe amanhã? E não se quer que a vida seja uma arena de gladiadores (esqueça Russell Crowe e  Joaquin Phoenix)... Mas, ainda assim temos as happy-hours -que só tem dois objetivos "piriguetetar" ou falar muito mal do sexo oposto; mas o seu contraponto também existe: como o Facebook está de doer, restará a TV por assinatura e o sorvete de creme e chocolate - não há condição psicológica nem para reler o Pequeno Príncipe. Só que o arranhão não vai curar sozinho, sem deixar cicatriz, mesmo com terapia. E o olhar que arrancou até a pele, pode não voltar, o ego não suportar e pra terapia entrar. Eu disse que essa vida era inelutável.




Marisa e Renato Russo - Celeste

(Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=qQbUBjourCE  26/08/14, 01:22h)


23 agosto 2014

Banda-voou

Amor banda voou 
Aquela banda que ficou
Saiu procurando a que voou 
-Traquinagem dos amores -
Procurou, procurou, procurou
Até que ela achou
O mesmo amor com que ficou
Com nova banda que brotou
Assim, repousou. 

15 agosto 2014

Minha solidão

Ela segurou minha mão
Disse que ainda era escuro
Que ainda mesmo com tanto futuro
Ainda transbordava muita solidão

Ela pegou minha mão
Pensei que que era para ajoelhar
E que mesmo com tanto não me importar
Ainda transbordava muita solidão

Ela pegou com força minha mão
Disse que mesmo no escuro
Poderia sair do buraco, do meu furo
Podendo largar o presente de solidão

Ela segurou com mais força minha mão
Era a hora de mudar o curso
De reunir psiquismo para o novo percurso
Carregando somente o necessário da minha solidão

Ela quase partiu meus dedos e minha mão
Quando chorei por não chegar lá
Quando repeti que não havia nada do lado de cá
E o fardo, nesse dia, era insuportável, a solidão

Depois de alguns dias ela foi folgando a mão
Quando fui me mantendo ereto
E cansando de achar que o sempre arqueado era o certo
E parecia não pesar, não mesmo, a solidão

E ela largou minha mão
Por gratidão coloquei para morar em meu peito
Onde somente as coisas boas também fizeram leito
Eu sei que ela está comigo, mas hoje precisa ser autorizada, a solidão. 

12 agosto 2014

Um por dia!

Matar um leão por dia
Suportar só mais um comprimido
Aguentar mais um sorriso sem-jeito
Ou uma cobrança atabalhoada

O lençol da cama que que já não esfria
Creia, é o corpo matando o leão
Tem amigo que aquece, tem aquele que desvia
Tem aquele sem muito tato, é nele que reside o amor

Matar um leão por dia
- Só mais uma coleta de sangue, senhor
Mais um jejum para os exames
E seus biscoitinhos e cappuccinos depois

A caixa de remédios coabita com as caixas das ervas
A sobreposição alopática é matar um leão por dia
Tem folha que ajuda, tem folha que só parece
É preciso serotonina na sinapse ou o amor esvanece.

Matar um leão por dia
O número que não se deixa de atender
O sorriso que é dado na moral

E o coração que não deve parar de bater. 

Matar um leão por dia
É observar o leopardo e fugir do tigre
É se amar, e aos seus, com tanta força
Que é só com Deus mas é também sem Deus. 

09 agosto 2014

02:12 am

Manter a calma e o silêncio
frente à fúria que se rompia
Perseverarei no bom senso dos costumes
Abri-me , de um golpe só, uma sangria

O ser mais simples tem revia
E quanto mais complexo mais doente
Pois no ilusionismo, diabólicos tridentes,
pelo bem estar, realizem com   fina prata

Meu corpo desestabiliza o staus quo
Porquê mentem alguns sentidos
e se deixam enganar por alguns interesses 
marcando a alma denunciadora

Não precisava  pensamento ou gesto
sussurro ou franzir de sobrancelha 

Até quando  se matará em nome de ?
Até quando se excluirá  por causa de ?
Até voltarmos a ser mais simples que amebas
Os sofisticados inúteis da massificação 

Sem raiva
sem paixão
sem desejo 

Com amor
com vida
com mais água na panela do feijão


07 agosto 2014

Eupatia

Esperar por você
pelo tempo e fazendo companhia à insônia
Esperar é sempre distante
inconstante e cheio de desejos-a-ser

Esperar que algo nos chegue 
que nos toque e que faça sentido
Esperar é como o mar
horas paciente e sempre revolto

Esperar também por mim
pelo pertencimento e pela completude
Esperar é como o ouroborus
mordo o tornozelo e escuto  longínquas  paixões 

Esperar do outro - que aventura
Corre-se o risco do olhar e gestos estéreis [recompensa]
Esperar assim só trás escuridão
para a esperança sob a luz das expectativas. 

(04/2006, DECO PLÁCIDO)

Mais do Mesmo Alívio!!!