era uma dia qualquer
com mais um cigarro qualquer
olhando pro infinito da crueldade de
cidade dele
sem saber que era olhado por dois olhos
lindos e curiosos
como todo homem sem jeito, ele fez a primeira
grosseria
a Terra pararia se ficasse impune – ela tinha
bom humor
adultos, na medida certa de uma adolescência,
são o nirvana do charme do flerte
até que os olhos finalmente se encaixaram
porque já tinham se acarinhado tantas
vezes
mas ela não sabia que ele não existia
e ele a amou como se nada mais existisse
e ela lhe ofereceu o corpo, a vida, os
filhos, todo o amor...
mais um cigarro sem sentido
se nem a fumaça poderia romper os
grilhões, as paredes
Homens que não existem não deveriam fazer
promessa
destroem a possibilidade de existir por si
e vão deixando de existir para o amor
eterno que criou
Será ironia ou proteção
começar na inospitalidade e
terminar na mais bela praia do mundo..
os olhos dele já não encontravam os dela..
o homem que não existia, sem amor, voltou
a ter um corpo
depois de pedir clemência a Yemonja por
não ter aprendido a coragem de amar
ela pegou um avião de papel e foi para bem
longe do coração dele e da praia mais linda.
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