19 dezembro 2023

Se suas mensagens fossem vazias 

Não me importaria tanto em ler 

Ainda que nessa madrugada quase fria

Eu escreva e reescreva o que mais quero ser. 


O amor tomará outro rumo adiante

Nem flores, nem a lua, nem nada de concreto…

A estrada fresca de passeio, num instante, 

Tornou-se um caminho áspero e reto. 


Novamente, estou indo até onde da pé 

Sem arriscar, sem provocar ou arguir. 

Não espero nem a borra desenhada do café 

Barro o cupido antes mesmo dele surgir 


O amor tomou outro rumo, outra estrada.

Fiquei no ponto de ônibus na encruzilhada 

Sem reação ao vê-lo dar uma guinada

E com as entranhas rasgadas e embrulhadas.

04/12/2023

18 dezembro 2023

Retorno

Meia-volta

Duplicidade

Fechamos a roda


A gente volta?

A gente ainda é a gente

Se formos novos

Dança de roda ou espiral


Não é replay

Não é tentativa

Não tem explicação

Só as mentes ativas


Andamos pra frente

Numa paralela

De frente pro mar

Paisagem de janela


Retorno

Meia-volta

A vida é tão grande

Cabem todos os caminhos


A gente volta?

Só queremos sossego

Desavisado apego

Tem cupido como escolta

Décio Plácido, 18/12/23

05 dezembro 2023

O tombo do amor

O tombo da própria altura

a queda não esperada 

o grito depois que se sussurra

parece uma mente atormentada.


o despencar livre do amor

do que antes era imponente 

já não disfarça o estupor

e já é o comentário de toda gente


desce pelo corpo num grude

cai levando pelos, pele e afetos

deixa o corpo nu, e alma rude

escorre no banho feito dejetos


o tombo do amor pode ser fatal

uma morte simbólica em vida

cada marca na face é já um sinal

de um ou outro fantasma na ordinária lida.


o amor pode ser feito do metal mais duro

mas, quando se estilhaça, é como vidro

não resiste ao menor tombo no escuro

e ainda se esfacela gritando "eu sou invicto"

03/06/2023

Mais do Mesmo Alívio!!!