26 junho 2014

Cravado

Era dia.
Era noite.
Isso nunca importou para quem é amante! 

Tive o corpo cravejado de balas
- não essas ordinárias de matar toda gente...
Mas estas que lhe dizem da vida e do amor

Cada marca ganha era um Orixá que me socorria

Outras lembravam um punhado de urticária pra vergonha que não tinha.

Um tanto lindo é que alguns furos tinham nome de flor - lírio, orquídea, gerbera, copo-de-leite, flores do campo....

Sou uma peneira de amores, aventuras, e desejos pétreos que tudo desses certo.
Sou um coador, um filtro, uma membrana que se equivocou no que deveria ser permeável!

Tenho o corpo cravejado de balas.

Mas tenho o discernimento de testar a possibilidade contrária .

13 junho 2014

Holanda 5 x 1 Espanha

Já me manifestei contra os  desmandos, as roubalheiras e as atrocidades contra o povo brasileiro na realização desta Copa. É um tumor que custará a ser tratado e, quiçá, curado. 
Mas ela está aí; e hoje proporcionou um belíssimo espetáculo: a goleada da minha amada Holanda pra cima da atual Campeã Mundial. 
Seria bom que a nossa Seleção "que não tem nada que ver com a Copa FIFA/BRASIL - e seu #legado" começasse a jogar tão bem assim, para que o Circo não vire Via Crucis!!! 

19 janeiro 2014

Inebriante

Descrever
o que primeiro chegou
Quando teu corpo esbarrou no meu
- Embriagou!
Choque, fusão,  amálgama
Razão nas gotas de suor... foi!
Inebriante que é,
é possível ler o cheiro
Ler e fazer tantas novas leituras 
Que já não sinto cheiro ou  gosto
Nem decodifico as frases químicas dos encontros
É uma tempestade de infinitudes sensitivas
Nos paradigmas da interpretação cutânea
Que não desejo distanciamento
E se assim fizesse
Sem sentido sentiria inebriante tormento.

11 janeiro 2014

Folha de manjericão

Três goles de alegria
Um prato inteiro de tranquilidade 
Duas garfadas em cena e poesia 
Um não sei quê de futilidade
Pois comida de sonho não é avareza
Volto aos meus quatro goles de sabedoria
De um delicioso chá de estrelas!


26 dezembro 2013

E.

Eu lhe disse que parasse de sofrer
De tanto raro pranto verter
Sem tanto amanhecer
De encolher
Nada
Atabalhoada
Ficarei calada
Estarei, só aos teus, parada
Disseste enquanto pegava a estrada
E eu que já não mais com alma te via
Sonhar não mais podia
Pouco ria
E sofria
Fria
Meu?
Não, esqueceu?
Há tanto meu amor asas te deu
Disse, outra vez, não sofrer se não aconteceu. 

17 dezembro 2013

Fotografia de lá

Não há como ser todo eu fora de mim
Nem caber tudo do mundo aqui dentro
Por segredo, por decreto, por desejo ou por incenso.

Há os predicados – agregados, violados, encantadores
Há menos amor que olhares no instinto
Em tudo o que eu digo e no que dizes sentir.

Por que ainda não disse o que valia?
Por que só depois da ressaca?
Por que apenas quando já não vale o tropeço?

Não há como ser todo eu fora de mim
Nem falar do mundo para o vento
Não há como espantar todos os fantasmas

Não há como caber o mundo aqui dentro
Nem cansar lá, nunca aqui


Por que amar não é só fotografia. 

08 novembro 2013

Ifé

O branco por cima do couro
Que tem também cor d'ouro
Ajuntado na prata e turquesa
E verde e rosa e vermelho e beleza.
O branco por cima do couro 
No alto de todas as cabeças 
Por dentro e fora e meio e desejo
Como nuvem bem devagar
O branco por cima do couro
A cor que veste e despe e encanta 
Que traz o sagrado Bàbá
À minha alma colorida! 
O branco por cima de tudo
Guardando elevando protegendo 
Um passo em Ifé 
E a fé no mergulho ancestral 
08/11/13

14 outubro 2013

Troço

Mas que troço esquisito é o amor, ao menos como o vejo e canto; tudo nele é definitivo pelos próximos dois olhares de segundo! 


Eu mal sabia que era ela que vinha no desajustamento de minhas ideias; que já era hora de recolocar bandeira de amor. 

Eu que ainda carecia das últimas lições de fantasias libertinas para amansar suas mãos de ladainha; dos pés sem sobressalto à boca de falar, de dizer mainha. 

Mas que desassossego é o amor... A carta deixada na porta diz menos que o mutismo ao telefone - nosso pavor! 

Eu que preciso menos de palavra que de desejo, sou invadido, dominado, conquistado por frases de efeito sem receio, nem recreio. 

Eu que devia ter um nome a zelar, tenho um sonho para criar e dar de comer; crescendo vistoso tenho certeza que se multiplicará. 

Mais do Mesmo Alívio!!!