17 dezembro 2013

Fotografia de lá

Não há como ser todo eu fora de mim
Nem caber tudo do mundo aqui dentro
Por segredo, por decreto, por desejo ou por incenso.

Há os predicados – agregados, violados, encantadores
Há menos amor que olhares no instinto
Em tudo o que eu digo e no que dizes sentir.

Por que ainda não disse o que valia?
Por que só depois da ressaca?
Por que apenas quando já não vale o tropeço?

Não há como ser todo eu fora de mim
Nem falar do mundo para o vento
Não há como espantar todos os fantasmas

Não há como caber o mundo aqui dentro
Nem cansar lá, nunca aqui


Por que amar não é só fotografia. 

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