17 novembro 2025

Ela silenciou 

Fez das minha palavras 

Sons inaudíveis 

Da minha escrita, 

Idioma estrangeiro. 

Ela calou

Como uma flor que murcha 

Que deixa escapar o viço

Antes, vívida

Agora, sombria

Fez-se incógnita 

Sua ausência foi a foice 

Que precede a inexistência 

Seu vazio era o eco

Do mais total desespero. 

Extrema quietude 

Interrompeu os canais 

Soterrou estradas

Derrubou floresta

Desertificou minhas falas

Ela se silenciou

Espanou meu coração 

Como quem diz: cão, xô! 

Eu juntei os trapos 

Para não me indispor.

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