Ela silenciou
Fez das minha palavras
Sons inaudíveis
Da minha escrita,
Idioma estrangeiro.
Ela calou
Como uma flor que murcha
Que deixa escapar o viço
Antes, vívida
Agora, sombria
Fez-se incógnita
Sua ausência foi a foice
Que precede a inexistência
Seu vazio era o eco
Do mais total desespero.
Extrema quietude
Interrompeu os canais
Soterrou estradas
Derrubou floresta
Desertificou minhas falas
Ela se silenciou
Espanou meu coração
Como quem diz: cão, xô!
Eu juntei os trapos
Para não me indispor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário