Minhas palavras viram pó assim que se criam
Assim que ganham corpo, perdem a forma
Caem sobre o papel e sobre o chão
Virando frases soltas, sem fronteiras ou integração
Elas são os vestígios, o pó, de minha memória
O que sobra do sexo
Do abraço malicioso
Do beijo arrancado
Elas são os vestígios indecisos
E por isso não se criam
Elas são os vestígios perturbados
E por isso não se formam
São palavras secas
Que quase não têm alma
São palavras em momentos tensão
Esperando por serem partes do amor
Minhas palavras viram pó assim que se criam
Vão assim para o mundo
E talvez encontrem água
E talvez façam lama
E de lá, como a lótus, possa sair um poema.
Um comentário:
Esse poema me deixou sem palavras... Fiquei aqui reflexiva...
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