06 junho 2013

sentimento-gozo

Orgasmo
Outro
Ruídos
Flores
Rápido
Líquidos
Sólidos
Insólitos
Respiração
Camisinha
Perguntas
Cigarro
Água
Gargalo
Cama
Sorrisos
Espelho
Carinho
Horas
Velas
Pétalas
Perfume
Cheiro
Fio-de-cabelo
Fome
Bobagem
Roupas
Acessórios
Sala
Telefone
Beijo
Taxi
Escada
Esquecimento
Coração
Relógio
Sentimento

29 maio 2013

grande amor

O que resta do grande amor?
O que sobra?
O que permanece é grande!
É forte e neurótico ou
Gordinha e linda.
Verde ou azul turquesa
Ou muito baixinho, mas
Usa a escada como nenhum outro.
É o amor que nos demos!
O que corporificado
E inutilmente excede é o "grande".
Ele carece ser imenso
Por nos sentirmos pequenos
o outro precisar ser uma espécie de herói -
a falta é obrigada a faltar...
Ou só porque precisamos enaltecer,
Com todas as delongas e milongas,
O ordinário humano.
Os adjetivos são armadilhas
E a certeza trairá.
Meus pares!
Amem como se fossem oceanos
Preocupem-se e se dêem nomes
Como se fossem a menor das ilhas.
E por assim falar,
Que ilha é menor que os sete mares?

21 maio 2013

Há perdão?

Perdoar o quê?
A fumaça nunca tragada
e ao corpo presa;
os cigarros acesos e
violentos ao chão, enquanto
e os pulmões repousam sobre a mesa?

O verbo que se transformou em gesto,
mas que já era intenção,
dentro de um corpo sujo e
alheio aos sentidos -
irrompendo-se sobre sentimentos
como um desenfreado vulcão?

A ausência que invariavelmente foi falta,
lacuna imprudentemente programada
com tempo, silêncio e desculpas,
custando o incontável dos sorrisos amarelados
que de tanto se espalhar, dissipou, esvaneceu
dando lugar à rua, à lua?

O boca que diz perdoe
e traz a dissensão como estandarte,
locupletando-se de lembranças vazias
fazendo a espada ensaiar sair da bainha
num convite de mal agouro
naquele sempre dizer: eu iria.

Não há nada a perdoar!



16 maio 2013

e assim vou

Adolescência
rockbeldia
[Beatles, Acabou Chorare]
roupa pop da moda
pura fantasia
fading away

Pára!

Trabalho
horário
correria
prazo
entrega de resultados

Pára

Médico
e medicina
cirurgia
e maresia
tédio de recuperação
análise e fisioterapia

Pára

Pensa
reflete
revive
[Acabou Chorare, Beirut]
e a vida que se adianta
seguindo intacta

Pára

O jeito é amansar
acreditar no Sagrado
fazer um quilo valer novecentos gramas
a justa sabedoria da paz
e comer a vida feito uma maçã
doucement...


12 maio 2013

meu porto seguro

Mãe.
Ser divino (para mim que sou filho)
Tantas vezes heroína
por vezes bruxa
com suas palavras e quebrantos poderosos, chazinhos e alquimias.

Muitas vezes lágrimas
que são sucedidas por largos e demorados sorriso.

No júbilo, forte pilar.
Nas decisões, altar.
Quando há sombra, faz-se solar.
Nas pisadas de bola é o duro encarar.
Mas por toda vida sua arte e ofício é amar!
Te amo Mãe!

30 abril 2013

tudo que vier à cabeça

Hoje acordei pensando:
Quem pensa é a alma ou o espírito?

Haja vida!
E não me venha com essa:
- E o lastro fisiológico:
Sinapses neurônio neurotransmissores?
Esses do raciocínio são senhores!

E o pensamento, o raio de luz que sai dos olhos, 
a ideia que faz marejar todo o corpo, a "eureka"?
Haja arte!
E se também tem alguém que a gente não vê - 
Não vê mas ouve direitinho o que tem a dizer?
Iluminados que fazem a gente saber o que tem na cabeça
Pra acabar pensando o que já era
pra saber ou já sabia? 

Haja luz!
Quem pensa é a alma, a mente ou o espírito?
Arre! São quantos dentro da gente?

19 abril 2013

Pano Branco

Que não seja um pano qualquer
Nem qualquer costura.
Que não seja de qualquer fazenda
Nem qualquer feitura.
Que não seja de ordinária cassa
Nem qualquer encomenda.
Que não seja mistura
Nem qualquer emenda.
Mas que traga consigo a divindade
A elevação, a pureza, a sutileza
Do tecido branco consagrado.
Que venha das mãos da Yá ou do Babá
Que traga Asè,
Que seja o Alá do Osala...
E que no dia de hoje,
como lembrou a Yaroba,
Nesta Sexta sagrada,
Este Alá de Osala me cubra
A todos que me querem bem
E a todos os nossos Orisas!
Àse!




04 abril 2013

sortilégio

E, como num sortilégio incompreensível, tudo calou.
Nem mais uma voz,
nem mais uma lembrança,
nem recuperação
nem cuidado
nem dança.
Só os nervos falam
num dialeto embriagado de desconforto
de cansaço.
Só os nervos sussurram
quebrantos de neurotransmissores.
Só os nervos rabiscam
sinapses caóticas...
Qualquer morfina
não passa de oásis,
desilusão fotográfica.
E quando a dor grita
o silêncio da alma precipita...
E tudo cala.

Mais do Mesmo Alívio!!!