Ser de água
é mais que ser composto
é mais que ser d'água
é mais que ser dessa ou daquela deidade
é mais que chorar por um amor
[ ou pela coragem de vencer uma antiga dor
Ser de água
é mais que maternar
é mais que afogar em ira
é mais que matar a sede
é mais que o transpirar da santa labuta
[ ou do inebriar da santa fantasia
Ser de água
deve ser descer barranco
deve ser furar pedra de diamante
deve ser limpar broca de perfuração
deve ser calar na hora errada
[ ou guardar duas espadas na língua
Ser de água
deve ser chorar enquanto escreve
deve ser reconhecer o olho que ama
deve ser reconhecer o que de Eros e Thanatos sobrevivem nas almas
deve ser algo do mar ou dans la mer!
ou quem sabe é ser amante do fogo, do ar e esposo da terra.
Deve ser minha lua em Peixes
07 julho 2014
26 junho 2014
Cravado
Era dia.
Era noite.
Isso nunca importou para quem é amante!
Tive o corpo cravejado de balas
- não essas ordinárias de matar toda gente...
Mas estas que lhe dizem da vida e do amor
Cada marca ganha era um Orixá que me socorria
Outras lembravam um punhado de urticária pra vergonha que não tinha.
Um tanto lindo é que alguns furos tinham nome de flor - lírio, orquídea, gerbera, copo-de-leite, flores do campo....
Sou uma peneira de amores, aventuras, e desejos pétreos que tudo desses certo.
Sou um coador, um filtro, uma membrana que se equivocou no que deveria ser permeável!
Tenho o corpo cravejado de balas.
Mas tenho o discernimento de testar a possibilidade contrária .
13 junho 2014
Holanda 5 x 1 Espanha
Já me manifestei contra os desmandos, as roubalheiras e as atrocidades contra o povo brasileiro na realização desta Copa. É um tumor que custará a ser tratado e, quiçá, curado.
Mas ela está aí; e hoje proporcionou um belíssimo espetáculo: a goleada da minha amada Holanda pra cima da atual Campeã Mundial.
Seria bom que a nossa Seleção "que não tem nada que ver com a Copa FIFA/BRASIL - e seu #legado" começasse a jogar tão bem assim, para que o Circo não vire Via Crucis!!!
19 janeiro 2014
Inebriante
Descrever
o que primeiro chegou
Quando teu corpo esbarrou no meu
- Embriagou!
Choque, fusão, amálgama
Razão nas gotas de suor... foi!
Inebriante que é,
é possível ler o cheiro
Ler e fazer tantas novas leituras
Que já não sinto cheiro ou gosto
Nem decodifico as frases químicas dos encontros
É uma tempestade de infinitudes sensitivas
Nos paradigmas da interpretação cutânea
Que não desejo distanciamento
E se assim fizesse
Sem sentido sentiria inebriante tormento.
o que primeiro chegou
Quando teu corpo esbarrou no meu
- Embriagou!
Choque, fusão, amálgama
Razão nas gotas de suor... foi!
Inebriante que é,
é possível ler o cheiro
Ler e fazer tantas novas leituras
Que já não sinto cheiro ou gosto
Nem decodifico as frases químicas dos encontros
É uma tempestade de infinitudes sensitivas
Nos paradigmas da interpretação cutânea
Que não desejo distanciamento
E se assim fizesse
Sem sentido sentiria inebriante tormento.
11 janeiro 2014
Folha de manjericão
Três goles de alegria
Um prato inteiro de tranquilidade
Duas garfadas em cena e poesia
Um não sei quê de futilidade
Pois comida de sonho não é avareza
Volto aos meus quatro goles de sabedoria
De um delicioso chá de estrelas!
26 dezembro 2013
E.
Eu lhe disse que parasse de sofrer
De tanto raro pranto verter
Sem tanto amanhecer
De encolher
Nada
Atabalhoada
Ficarei calada
Estarei, só aos teus, parada
Disseste enquanto pegava a estrada
E eu que já não mais com alma te via
Sonhar não mais podia
Pouco ria
E sofria
Fria
Meu?
Não, esqueceu?
Há tanto meu amor asas te deu
Disse, outra vez, não sofrer se não aconteceu.
17 dezembro 2013
Fotografia de lá
Não há como ser todo eu fora de mim
Nem caber tudo do mundo aqui dentro
Por segredo, por decreto, por desejo ou por incenso.
Há os predicados – agregados, violados, encantadores
Há menos amor que olhares no instinto
Em tudo o que eu digo e no que dizes sentir.
Por que ainda não disse o que valia?
Por que só depois da ressaca?
Por que apenas quando já não vale o tropeço?
Não há como ser todo eu fora de mim
Nem falar do mundo para o vento
Não há como espantar todos os fantasmas
Não há como caber o mundo aqui dentro
Nem cansar lá, nunca aqui
Por que amar não é só fotografia.
08 novembro 2013
Ifé
O branco por cima do couro
Que tem também cor d'ouro
Ajuntado na prata e turquesa
E verde e rosa e vermelho e beleza.
O branco por cima do couro
No alto de todas as cabeças
Por dentro e fora e meio e desejo
Como nuvem bem devagar
O branco por cima do couro
A cor que veste e despe e encanta
Que traz o sagrado Bàbá
À minha alma colorida!
O branco por cima de tudo
Guardando elevando protegendo
Um passo em Ifé
E a fé no mergulho ancestral
08/11/13
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