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16 julho 2014

A moça que me viu

Foi aquela moça 
Que transformou meu setembro em abril
Foi aquela moça, aquela
Que de tão baratinada, tudo sabia e sorriu

Foi daquela moça
D'onde a flecha saiu
Foi daquela moça - cheia de tanto não-sei
Que brotou energia pr'um coração tão pouco juvenil

Foi ela, foi sim! 
Que tirou minha alma pra dançar 
Foi ela, eu digo, foi sim
Que arrancou minhas roupas pr'eu em volta da fogueira poder andar. 

Foi aquela moça 
Dos olhos desbravadores
Foi aquela moça, foi ela
- Que deve ter parte com São Miguel
Que não basta ver nosso avesso 
Mas como uma oração firme e persistente
Ela tem os olhos de desvirar gente. 

13 agosto 2013

No tempo em que os olhos seduziam

No tempo em que os olhos seduziam
Eles nao precisavam ter cor
Nao era necessário ter um jeito
E todo infortúnio interno fora desfeito.
No tempo em que os olhos seduziam
Havia mais pelos e mais pele
Mais trejeito, confusão - Gita e Memória
Violão de roda e rodas feito fumaça em calmaria
Quando os olhos seduziam
Eternizar era tão desesperador quanto mudar
Como dizer eu te amo
Para, n'outro olhar, deixar de amar - doce ventania
Quando os olhos seduziam
O corpo, salvo a língua, de nada valia
O falo estava no centro da testa
Como o terceiro que ninguém vê
No tempo em que os olhos seduziam
Poucos sabiam ler
Poucos se livravam do prazer - outrora maestria;
E eles já não sabiam ser ou ter - coisas de iludir
No tempo em que os olhos seduziam
Não se usavam palavras ou poemas
A linguagem era para se viver
E os sonhos de cama ou de rua para se refazer

01 abril 2012

22 setembro 2010

Q.u.o.d.o.r.e.

Eu pensei em árvores
na altura que elas me dariam
na sombra posta
e nas raízes profundas
                      Impostas

Eu criei verdades solventes
que correriam nas seivas
subindo às copas
num jogo de cartas
sem valetes ou damas 
                      Sem quodore

Seus olhos de mato verde
pegando fogo pelo caminho
- a procrastinação do destino
que no aveludado sonho
nos fez crer

Eu pensei em árvores
entrei pela janela 
do não-dito ... Do espírito
sendo visto por teus olhos
para além da mata
                      Dos olhos!

05 agosto 2009

Abusa-me

abusa-me este desejo
que se marca e se apresenta
desenhado em meu corpo
mas, como uma obsessão pétrea,
prende-me frente ao verso do espelho

a sabedoria de lidar comigo
tão esmiuçada e explicada
(meus pares sabem muito!)
surpreende este interregno que sou
- não sou isso nem mesmo aquilo.

que saber-(me)se é este?
que, em verdade, falha 
esquecendo do corpo e do sangue - do concreto
- só existe frente aos teus olhos infantis
digo, num desdém às impressões

será que não veem o excesso de máculas?
quando elegeram, instituíram
cicatrizes e arranhões como prova?
- eles (meus objetos amorosos)  não leem meus meus olhos!
de tanto que a mim se voltaram.


Mais do Mesmo Alívio!!!