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05 agosto 2009

Abusa-me

abusa-me este desejo
que se marca e se apresenta
desenhado em meu corpo
mas, como uma obsessão pétrea,
prende-me frente ao verso do espelho

a sabedoria de lidar comigo
tão esmiuçada e explicada
(meus pares sabem muito!)
surpreende este interregno que sou
- não sou isso nem mesmo aquilo.

que saber-(me)se é este?
que, em verdade, falha 
esquecendo do corpo e do sangue - do concreto
- só existe frente aos teus olhos infantis
digo, num desdém às impressões

será que não veem o excesso de máculas?
quando elegeram, instituíram
cicatrizes e arranhões como prova?
- eles (meus objetos amorosos)  não leem meus meus olhos!
de tanto que a mim se voltaram.


04 agosto 2009

á.g.u.a.

não há água que chegue
p'ra boca que seca
amor que não presta
mão que (não) se eleva
amigo que entrega
parente que não pega
inimigo que reza

não há água que chegue
p'ro sono que faltou
no pranto rolado
no desejo falhado
p'ra ansiedade que chegou
no beijo não roubado
p'ros pensamentos truncados

não há água que chegue
p'ra saúde que espera
humor que tolera
saudade que exaspera
no peito que acelera
- pois já é noite, quem dera?
-nas fotos ainda é primavera!

não há água que chegue
p'ra caos formado
p'ro mesmo amor em pedaços
- saia, deixe de estardalhaço!
p'ro sonho já cansado
- disso, só estilhaços!
para a lágrima do palhaço

não há água que chegue
p'ra ferida do espírito
p'ros moinhos de minha paciência
p'ro salivar
excitar, engolir e permitir
para mim e para você
para desfazer o que não foi feito!

salve "as-águas".

Mais do Mesmo Alívio!!!