Não se cabe totalmente em fetiches.
Não se é a fantasia que se veste.
Eu não aplaudo tirania,
Tampouco sou unguento disponível.
Sou do barro, da noite azeviche.
Sou o avesso da vilania!
Se o que resta é um pálido drama,
Sou mesmo gente antes de poesia.
Não sou dado à correria.
De onde venho, não é bom alvitre
Perder-se em si, achar no outro
Todo momento, toda alegria.
Não sou fonte ou reflexo de azia -
Já disse que transbordo o estabelecido.
Invento estórias e estouros
Para integrar (plácido) a melodia.
Já sou maior que o meu molde!
Colhi flores, senti o vento, juntei pedras e
Nas noites de pranto e disritmia
Senti de tudo e bebi uns goles.
Ultrapassei as barreiras do que foi guia!
Décio Plácido, 27.03.2021
(mas caberia em 1979 também)!
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