22 março 2021

 O corte no ar,

O primeiro ruído

A rasgar meu silêncio... 

O que precede a pele 

Na hora do grito,

Da marca,

Da crava, 

Da insurreição 

Que liberta o afeto

E segura a lambda

Do chicote do Tempo.


O silêncio engasgado 

Quando chego ao mar.

O afogar.

Temer nadar.

Enrugar a pele e

Diluir as cores

Que gritavam desamor,  

Da foz 

Até a arrebentação! 


O que me restou? 

Ser fogo imprudente

(Consumindo a terra,

Corpo e mente e

Os animais e as flores) 

Estrela incandescente 

(Tergiversando com inconsequentes

Desfazendo ditos apaixonados

Tão eternos quanto um risco no céu?)... 

Sou o calor da perfeição 

Que só inexiste -

Ou existe em não-matéria -

Ante a voracidade do desejo! 

Deco Plácido, 22/03/2021

Nenhum comentário:

Mais do Mesmo Alívio!!!