O corte no ar,
O primeiro ruído
A rasgar meu silêncio...
O que precede a pele
Na hora do grito,
Da marca,
Da crava,
Da insurreição
Que liberta o afeto
E segura a lambda
Do chicote do Tempo.
O silêncio engasgado
Quando chego ao mar.
O afogar.
Temer nadar.
Enrugar a pele e
Diluir as cores
Que gritavam desamor,
Da foz
Até a arrebentação!
O que me restou?
Ser fogo imprudente
(Consumindo a terra,
Corpo e mente e
Os animais e as flores)
Estrela incandescente
(Tergiversando com inconsequentes
Desfazendo ditos apaixonados
Tão eternos quanto um risco no céu?)...
Sou o calor da perfeição
Que só inexiste -
Ou existe em não-matéria -
Ante a voracidade do desejo!
Deco Plácido, 22/03/2021
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