Que fantasias e recalques se atiçam
Que a psique da um mortal duplo e
Deixa-me com a pele fina - os pelos eriçam
Pensamentos, "regra dourada", música de fundo
Qual seria o apontado, quem assumirá a culpa?
É hora de ver-se torpe, vil, divino e sábio
Correndo menos sangue, faltando muito ar
Por que não desligam a música ambiente?
É nesta sala que espero e me preparo
Enquanto cruzo olhares esfíngicos famintos
Preparo-me para me ver nu
Para ser devorado nessas areias de ampulheta.
Preparo para o impossível da razoabilidade
Preparo que não se sustenta
Preparado para me despreparar
Pois não deve haver superfície que abrace suas profundezas.
Como me irrita este rádio roubando meu silêncio...
É na sala de espera que tudo recomeça
Que todos os eus se manifestam
Falta corpo para tantos caciques
Falta vida para tantos desejos irresistíveis
Meu filho, minha fé, minha saúde, um amor
Tudo me marca com ferro
Poesia, trabalho, minha casa, a próxima trepada
Tudo me marca com fogo
Desconfio do porquê de não desligarem o som
E já não há mais olhares para mergulhar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário