eu quero o verso quadrado
para deter esta sanha
de querer ir às entranhas,
neste sentir um tanto inventado.
eu procuro aquilo quase careta,
mas potente e vigoroso.
eu quero mesmo o verso meloso,
que fique bem ao pé da letra.
sou cheio de querer com a poesia
como se ela um dia fosse dar guarida
a esta força igual tal fêmea parida
que só consome, jamais sacia.
quero o verso cru na mesa
amarrando sílabas e afetos
tornar universal esse dialeto
sarando qualquer menor incerteza
uma onda de palavras, uma súplica
pra falar de amor em versos
e não parecer tudo tão desconexo
como numa mera cena idílica.
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