Abre a porta:
o senhor é ...
Sim!
Eu sou quem te cuidará (!)
Deus! Quem manda essas criaturas de branco?
Abre porta
Fecha porta
Já não tenho senha ou envergadura
Tenho um talho
Tenho um rasgo e uns fios transparentes
Seiva que entra
Morte que sai
Toalha
Roupão
Papagaio
E um tanto de desconhecidos a me pegar.
Nem nas fantasias fui tão promíscuo.
Talvez sim, mas com prazer.
A dor
A fisgada
A novalgina e a briga pela morfina.
A negociação entre o micropoder e a suposta adição.
As cinzas do meu sorriso
O cansaço do sol
É a noite sempre atrasada.
A madrugada vilipendia e atormenta.
Água, mais água e mais estranhamento.
Vamos andar, diz um
Vamos comer, diz o segundo
Só uma furadinha, fala o perverso
Quer ajuda?
Dói
Não posso lhe ajudar.
Ah, foi a farmácia que atrasou!
Não, foi a gerência que não liberou.
Ah, Foucault venha me valer!
Sartre, por que desapareces?
Freud, seu porra, preciso de você!
Abre a porta
O senhor é...
Sim, sou eu!
E meu namoro à distância com o teto é novamente interrompido.
Abre-te sésamo
Preciso resgatar minha autonomia
Antes de fazer parte dos ladrões de imagens.
Pressão sanguínea
Batimentos de crenças
Termômetro de decepção
Imobilidade calculada no taxímetro dos botões da maca.
Visitas
Sorrisos
E
Não fique aí parado!
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