16 junho 2015

Já não sei.

Sei lá tem sido tão usual
Já não me lembro de algo concreto
De substância, de impacto
Só de alheamento e tiro incerto

Fugiram todas as certezas 
O verbo a poesia e a coroa
Amar sem conhecer é amor? 
Duvidar da falta de saber é crer? 

Sei lá é o desespero na língua 
É o espelho invertido, de costas
Sei lá é a ausência de um sujeito apaixonado
É a principal defesa contra os outros...

Dissiparam-se todas as dúvidas e 
O aperto das pálpebras desconfiadas
A boca que se entorta é derrame? 
E a testa franzida, é surpresa? 

Sei lá! 

Sei lá é a falta de interesse, 
Mas o que mesmo ficou no lugar? 
Sei que não estou apartado mundo-de-fora
Mas sem interesse, o que me ligaria a ele? 

Ando me despindo de fantasias literárias 
Ando me vestindo de não-sei 
Passeio sobre pernas ansiosas
Para chegar. Onde e como? Sabe-se lá... 

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