21 junho 2012

senhor dos caminhos

Eu, grande guerreiro
de pena e cuia 
de estrada e mata fechada 
sob raios e sobre lodaçais
vem do infinito 
o cintilar da minha espada.


Vem em tons de azul
vem de forma quente 
com força hercúlea e delicadeza
põe tudo sobre a mesa 
agita meu coração para que
no meu espírito a preguiça não esteja.


Vem dançando
ao som do meu cantar
vem cantando 
para me fazer inteiro 
quando danço no universo
com os pés em seu terreiro.


Vem! Entregue-me a espada
recolha-me ao seu desejo
tira-me do medo
tira-me dos anseios
para que eu comece a guerrear
no certo Caminho que, 
tendo sempre Sol e Chuva
Brisa e Frutas,
já comecei a desbravar!

23 maio 2012

Onde você estiver

Ele pediu para eu não derreter
para eu não escorrer ralo a dentro

Ele pediu... Pediu ao meu amor
Não sei como ele faz, mas se renova

Ele pediu que eu derramasse
Mas não podia arriscar nem uma gota

Ele pediu... Pediu com seu sacro piar
Não sei por onde invade, mas me refaz

Ele não viu eu me espalhar
Mas, de certo, sentiu a minh'alma inflamar

Ele pediu... Pediu o que desejava
Entreguei-lhe tudo sem qualquer amarra.

Ele pede
Eu cedo.
Eu cedo
Pego suas asas 
e me faço como quero!

14 maio 2012

Amigos, admiradores e curiosos que viram a postagem de uma imagem cheia de corações, não se assustem... Estou tentando integrar Blog + Iphone + Instagram. Parece que funcionou. Agradeço a compreensão dos que também receberam por e-mail.  Tecnologia, conectando mídias ou nos acorrentando? Fica a questão!

07 maio 2012

fórceps

Se foste aniquilada pela minha ira
 
Se foste acalmado pelo meu carinho
 
Se foste o que me prometera
 
uma vez...
 
Uma vez - por fórceps...
 
Uma única rajada de sol
 
ou um copo com resto de uísque...
 
Seriam o menor juízo!
 
Como seria fácil esquecer.
 
Bastaria um punhal, um peito
 
e um louco. 

04 maio 2012

mail

E-mail não tem verso

é uma carta de frente
 
é uma carta de amor sem fundo
 
vez que amor exige poesia, versos

e verso!

18 abril 2012

vago

escrever o quê?
o que vocês comem sem razão
sem perceber que sai de um pulmão deteriorado
de um rim amaldiçoado, de um sonho louco?
escrever....

vocês já me conhecem
sabem da minha leve depressão mal curada
da minha angustia por viver neste corpo.
escrever o que já repito sem coração
o que berro pelos cantos sujos de minha mão?

não vejo título nem tema
veias, tendões ou mesmo músculos
que possam segurar um pincel
para letras mortas e mortais
que valham sujar a inocência da folha em branco.
ah, escrever...


declarar a minha falta de tesouros 
a invídia de minha sombra e do meu reflexo
a todo tempo querendo ser eu
e eu correndo 
correndo
por vezes morrendo
mas correndo
para não deixar de ser quem, agora, não tem o que dizer.

preocupado em ser
o que já cansou de falar
mas precisa apreender.

Mais do Mesmo Alívio!!!