17 julho 2017
14 maio 2017
Além da dança.
Te conheci ao te ouvir
Te desejei na invasão da tua voz
O reconhecimento veio ao tempo da fala
E a vontade trouxe uma longa espera
São alguns dias, e outros anos
Já passamos por nós dois
Já vivemos aventuras devaneiantes
É-nos familiar o amor-fati
Vejo-a nas danças de Giselle
Te imagino vestida de palavras
Faço coro com Albrecht - da Silésia - da cochia
Te leio em noites insones
O teu sorriso parece um convite
A tua elegância é uma inspiração
Identificado, fisgado, impulsionado
O ballet de imagens que te apresenta
Que os espíritos das virgens não te levem
Que o meu olhar não te interrompa
Que o meu túmulo esteja em tua voz
Renascemos em todo novo dito
19 dezembro 2016
Esperando o meteoro,
O pouso dos ETs,
O bico do corvo...
A vida em degradê.
Sem tanto abalo.
Sem saudade.
Sem os mesmos clichês.
Esperando do céu
O agourento e o redentor.
Para findar o amor,
a casa de vontades e
A incerteza fria da colisão,
Nessa vida de imitação.
Sem ser cadente.
Sendo ardente
Que extirpe alma démodé.
31 outubro 2016
Adormecer do caos
Em silêncio
Devagar, não, bem menos pressa
Foi assim que ela me assaltou
O sopro num olhar
Inflou meu peito sonolento
Doucement
Em gritos que não arranham ouvidos
Foi que me vi agarrado a ti
Dançando, recitando, compondo sem músicas
E distraído ao ranger de portas da manhã
Em silêncio
Detive-me
Era medo
Já chegara o hora
D'onde não se volta sem chorar
Doucement
Invadimos os portões
Forjados por Eros. Se voltássemos, Hades ...
E se estivéssemos juntos
Não haveria caminhos pra evitar
Em silêncio
Vi tudo ser levado pelas mãos
Vimos tudo ser colocado em seu lugar
Era tão diferente do que já fora
Que sorrimos para um reflexo do que agora é.
Doucement
Foi-se ecoando o silêncio.
16 setembro 2016
Percurso
Fatiado em significantes
Falado aos ventos
Remontado sem os devidos encaixes
Fez-se o silêncio em contraste.
Repetido
Preenchido de sentidos
Vestido em interpretações
Impelido para que me ache
Fez-se a dor por indulgência
Hora de (des)falsear
Sonhando
Em rincões recônditos
Livremente associando
Para livrar a fantasia
Recordando
O que jamais foi dito ou atacado
Elaborando
A troca da pele da carcaça
Analisado
Deitado em significados
Reativo, retalhado
Falhado nas cadeias, nas palavras
Fez-se a fuga para outro de mim
Repetido
Combalido a lei
Entre tantas petites morts
Um sonho em relâmpago
Um sinal esmaecido - valentia no andar
Sonhando
Comportamento cabotino de lá
Livremente associando
Um fluido ainda denso, alvo, viscoso
Recordando
As horas, as ruas, as aquarelas
Elaborando
As muletas de fazer e de tropeçar
Analítico
Com a cabeça empalada
Atravessada a transferência
Viu algo para se apoiar
Repetido
Cansou das mesmas ervas daninhas
Dos incansáveis replantar
E da falta que a falta não fazia.
(Des)mistificar
Sonhando
Em satisfações agressivas
Livremente associando
Pôs de lado os grilhões
Recordando
Que já era algoz antes de vítima
Elaborando
A magia de só ter uma vida