15 dezembro 2010

p.a.l.a.v.r.a.s. v.i.v.a.s

já subiram os montes
e desceram às Marianas
pegaram um trem
uma nave
um cometa...
já fizeram misérias


tentei negociar
fazer as pazes
sussurrar intimamente
fechar a boca
segurar os dedos...
elas brincam comigo


susto!
talvez...
em paz
(quem saberá?)
elas voltem...
e se inscrevam em qualquer lugar

meu cinzel

g.a.v.i.ã.o.

Como um pássaro
não numa gaiola
mas no parapeito
no para-inferno
e não pára de pensar 
                                          [de dentro].

Como um falcão peregrino
de olhos fixos e atento
na sua presa
na sua pressa
de caçar o futuro de cima.

Como um corvo
vendo a sobrexistência em potência
andando nas ruas
dentro de eficazes armadilhas
na chuva que cai
                                             [de fora]

Como alguém que não se vê
e fita a alma irrequieta
em suas labaredas...
o nome que me chama
e ouve de longe uma voz

[que ao corpo chega por cima]


09 dezembro 2010

r.e.s.u.m.o.


(minha)
casa
sem sala
e janela
(nem ala ou corredor)
sem
porta
ou sal
(sem grandes diferenças)
sem
o xadrez
dos bispos
(no entanto, sempre plural).

06 dezembro 2010

décor lanternes

Os versos são impecáveis
como os dois
na mesma noite
perdidos e maculados

Se as letras estão frias...
como décor lanternes
revela intervalo tão curto
quanto expressivas reticências

Se o papel já não é depositário de lágrimas
que seja oceano
onde as naus
com
suas
velas
cintilantes
risquem os desejos
formando garatujas
até a primeira estrela do norte aparecer

d.e.s.c.a.n.s.o.

Casa caiada
cimento arenoso...
existe descanso
onde só existem fantasias
e reminiscências?

05 dezembro 2010

m.a.c.h.a.d.o.s.

Não foram os machados
mas um único raio 
de seu contraponto
que retirou ou véus varal
desgrenhou os cabelos 
sem 
subir
qualquer 
tom

sem ouvir qualquer som

Não foram os machados
mas os espelhos que refletiram
o aroma diferente que volta à areia
o sentimento de pertença lhe era estranho
sendo
inteiro

sendo verdadeiro

Não foi o golpe presto de um machado
mas 
tudo
bem...
os pássaros pousam na minha varanda

e as velas queimam tranquilamente
tendo desejo
(en)tendo-me guerreiro.

01 dezembro 2010

D.I.A. M.U.N.D.I.A.L. D.E. C.O.M.B.A.T.E. A. A.I.D.S.

p.o.u.c.a.s. r.e.s.p.o.s.t.a.s.

Ele lapida minha revolução em jóias
encanta minhas respostas felinas
que se tornam leves brisas
mesmo quando nascem tempestades...

O que nos diz o um sorriso ?

Eu sou o que diferencia
o contraponto onde não há pólos
a rua quando chove
o avesso do que vês no espelho...

O que realmente lhe comove?

A presença dele tem o dom de perfumar
trazendo, contudo, uma nova aposta
ele deixa por onde passa o cheiro de alecrim
seduzindo um coração que de sorte anda ingênuo...

Será que Colombina ama mesmo Arlequim?

... poucas respostas.

Mais do Mesmo Alívio!!!