Mostrando postagens com marcador água. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador água. Mostrar todas as postagens

23 setembro 2019

Divino em água

A água que corre na fonte fraquinha
É a mesma do longínquo horizonte
Lá onde me perco em devaneios
E somem os vincos da testa

A águas que banham as areias da costa
São as mesmas que me convocam
Para a bênção seminal do infinito
Para reforçar o que está escrito

As águas que dividem margens
E que não se perdem em pedras
São as mesmas que me afogam
Para ressurgir em espírito e corpos novos

A água preparada que me banha
Também me sacia a sede
Abre a conexão com meus deuses
Faz-me menino, homem e divino

Meu corpo é água
Tratada em mata e ouro
E hábil em refletir luar e prata
Enquanto define caminhos.
Décio Plácido, 05/09/19

04 agosto 2009

á.g.u.a.

não há água que chegue
p'ra boca que seca
amor que não presta
mão que (não) se eleva
amigo que entrega
parente que não pega
inimigo que reza

não há água que chegue
p'ro sono que faltou
no pranto rolado
no desejo falhado
p'ra ansiedade que chegou
no beijo não roubado
p'ros pensamentos truncados

não há água que chegue
p'ra saúde que espera
humor que tolera
saudade que exaspera
no peito que acelera
- pois já é noite, quem dera?
-nas fotos ainda é primavera!

não há água que chegue
p'ra caos formado
p'ro mesmo amor em pedaços
- saia, deixe de estardalhaço!
p'ro sonho já cansado
- disso, só estilhaços!
para a lágrima do palhaço

não há água que chegue
p'ra ferida do espírito
p'ros moinhos de minha paciência
p'ro salivar
excitar, engolir e permitir
para mim e para você
para desfazer o que não foi feito!

salve "as-águas".

Mais do Mesmo Alívio!!!