17 abril 2020

Quatentena 3⁰

Sei que não pode vir 
Te respeito e 
Aos sábios do mundo
Sei que não pode vir 
E que o tempo 
É de um esperar profundo
Vou desligar a TV
Não há o que insistir
Já não tenho livros pra ler
Vou inventar poemas 
Para que venha me visitar 
Sei que não pode vir
Mas a nossa banda - não o bastante - larga 
Pode a saudade aplacar  
Quando não posso
Tocar, só contemplar, teu amor. 
Sei que não pode vir
Sei do que você se ocupa
Sabe sempre como estou
Inventamos outra moda 
Delineamos outra forma de amar 
Quando está com a razão 
D'eu não fugir
D'eu não chorar. 
Sei, muito, que ainda não pode vir
Mas você é tão hábil quando me olha
Que por segundos 
A tela fria que nos separa 
Vira algo ainda do porvir 
Um delírio de amantes 
Um desejar fecundo
Sei que não pode vir
Que é tempo de espera 
Somos sóbrios 
Somos tantos, e não sós que 
Não fazemos Quimera 
Quando sei mesmo que não pode vir
Percebo que algo de ti 
Sempre ficou a lembrar 
Que você é Sol
Me iluminando ao mar. 

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