11 abril 2020

Quarentena 2⁰

Quando quero te ver
Nestes dias tão estranhos
Fecho os olhos, prendo a respiração
E te vejo tão grande e colorida
Num infinito e seus tamanhos

Quando penso em você
Nestes dias de tanto cortisol
Me deito e abraço o travesseiro
E te sinto tão perto
E a solidão é revisitada pelo desejo

Quando preciso de você
Nestes de tão pouco abraços
Mergulho embaixo do chuveiro
E sua presença são as gotas que descem
E me agarro à água sem embaraço

Quando tenho algo pra dizer
Que ultrapassa as novas tecnologias
E só existe num sussurro no ouvido
Me debruço na janela
E convenço os passarinhos em doce melodia.

Quando quero você
Sei que tenho a nós. 

Décio Plácido, 11.04.2020

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