11 março 2010

PeQuenA Vida

Uma criança criando flores
crescendo por si
vendo o mundo lhe cercar
e todo desajuste que acontece aqui.

Um pequeno esculpindo vida
na tentativa de se mudar
olhando para todos como uma águia
vendo fenecer o olhar.

- "É impossível que creias em mim?"
Questiona o pequeno sensível e forte
que é mestre dos caminhos
nas pedras e cacos-de-vidro de suas andanças...

- "Onde eu encontro aquilo?"
- Não sei, só vi uma vez!
Ali, num momento de pleno amor.
Perguntamos: "Já aconteceu com você?"

Uníssono.

08 março 2010

Quem viu?

Você viu?
Quem viu?
Quem se atreve a falar?
e a solidão ignorada...
Não dê a ver
mas a sentir e a provar...
A cortina que ninguém fechou
e o frio por baixo do cobertor.
Ignorantes e desejosos.
Tocar o que não se sente
uma xícara, duas, três
uma cama e a sala de qualquer espera.
Você vê
o turbilhão do estar em amor
com o passado na capanga?

Percebe a dor
sob qualquer pele?
Por vezes deixa-nos
no vazio.

amendoeira

Que livro você está lendo?
Qual o tamanho do seu sonho?
... e a extensão do seu pensamento
no mundo que está encenando?

O que você achou daquele arranjo?
Como você prefere os camarões?
... e as tintas na parede
são as mesmas que você tem no rosto?

Hi-tech essa ambientação!
Vê a amendoeira entre nós e a lua?

04 março 2010

Devaneio

Seria um devaneio de amor
se este não fagocitasse o sonho
abarcacasse as tramas
engolisse os medos

e, em davaneio, avistasse-se numa alma

qualquer.

02 março 2010

nãodito

um poema mal dito
algo vergonhoso e execrável
palavras que não fazem qualquer sentido
nesse mundo - já encenado - que está marcado

sentimentos que se predem na alma
impedimentos vazios de explicações
empacam nos dedos e na língua
prejudicando o quando-dito

um poema que não se quer
como o desejo, sua realização
a mão que desobedece Deus
sonhos que desmentem a crua exposição

um poema que quer ser natimorto
protegendo-se no esquecimento
que se disfarça
abortando o meu gozo

um poema que não caberia
na linguagem de meu aparelho psíquico
seria a explosão do mal-estar
descendo por dentro e por fora

um poema que não se diz
para não-esquecer-do-não-dito

pequena morte

                                                                                                          .
Traga só umas flores e 
deixe o seu perfume 
a fragrância que me assalta
                                     o sono
atiça meu corpo e faz inveja 
                                    em minhas rosas
                                                 vivas.

Meu jardim se modifica
minha história já me confunde
quando soltas sua voz
                                   e quebrantos
em inocentes toques, beijos
                                   corpo no corpo,
                                                 corpos nos rostos,
                                                              minha pequena morte.

Odo Ya

15 setembro 2009

interstício

Estou vivendo um interstício de sentimentos e de idéias... 
reorganizando minha cabeça e meu coração - 
órgão simbólico mais importante em minha caminhada. 
Com fé em mim os poemas voltarão.

Mais do Mesmo Alívio!!!