28 fevereiro 2021

 É isso, né? 

Faz parte do vale 

Percorrendo a própria trilha

Descer e subir 


e descer 


e voar. 


Vertigem. 

Equilibrar-se, 

Ter força nas pernas, 

Sorte na coluna, 

Transparência no espírito! 

O apreciar modula a vista, 

Mas é um mergulho

Um esforço... 

Há risco! 

O precipício, 

A queda-livre - 

Ainda não sou água -, 

 E ainda que saiba voar, 

Ainda não sou águia.   

Faz parte do vale,  

Do percorrer montanhas, 

Alucinar o mar e 

Devanear o asfalto.

Expurgar!

Exorcizar alguns quadros

Negociar com meus daemones

Escolher! 

Há trabalho, 

Há risco. 

Encarar a subida, 

Ser

E deixar de ser, 

E não ser outra vez

O inverso da concha -

Não sei se sou chama -,

No avesso da espiral

Não serei o que clama.  


É isso, né? 

É o decorrer do vale,

transcender nas pedras,

Arvorecer na sombra,  

Incandescer ao vento... 

O trote original é solitário! 

Décio Plácido, 28.02.2021

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