É Sàngó que desfaz as pedras de mim.
É esse Òrìsà que me observa ao cantar.
Mas na gira-do-mundo, flerto com todos;
Marrom, verde e azul nas guias do pescoço...
Essa tríade que me tange no roçado da vida.
Não preciso vestir rechilieu ritualística -
Se visto calça, saia ou aṣọ àríyá, não faz questão.
Todas as ayabas me rodam, perfumam e me deixam no salão
Sempre com os abẹbẹs, ọfàs e florins.
Aos pés das Ìyás sou parte do canto de alegria, dor e gratidão.
No meu girar, por desígnio de Olódùmarè, tenho um ọ̀bẹ.
O barracão é uma peleja, é uma caçada - brilho de metal.
A Ìyá ligeira enxuga meu rosto e me faz sorrir...
São tantas delas para trazer ordem e sabedoria. Ẹ̀rọ̀.
São tantos de mim no Ilè - tempos de acreditar, segundos de reprimir.
É Sàngó que desfaz as pedras de mim.
É esse Òrìsà que me observa ao cantar.
Mas sou do ṣiré, flerto com todos;
Marrom, verde e azul nas guias do pescoço...
Essa tríade que me tange no roçado da vida.
E uma das mães (a que me fez sonhar) me entregou um àtòrì;
Com as águas comecei a me cobrir
Quero ijèṣá, aruá, milho branco e montar no ìgbín.
É do opa òṣooro que trago na pele que retiro verso, fé e força -
E o Alá faz o ẹní para sonhar depois de acordar.
Foi numa tina de alfazema que primeiro senti o àṣę...
E no roçar das folhas em meu corpo, conheci meu orí.
- Ewé. Ewé, màrìwò... Gritavam meus ancestrais idílicos
O cata-vento multicor das matas coa meu corpo em infusões e tinturas...
E com as folhas de pitanga e abre-caminho me incenso e lavo passos e palavras.
É Sàngó que refaz o fogo e a rocha mim.
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