22 julho 2023
Conforto.
20 julho 2023
Sobre as nuvens,
Retorno.
Volto à linha guia.
Ao eixo.
Para a busca de simetria.
Daqui de cima
Tudo é horizonte.
Tudo é pequeno.
Tudo fica pra trás.
Tudo se vai longe.
Sobre as nuvens.
Volto à régua,
Aos horários,
Aos pacientes.
Aos sentidos dos relógios.
Daqui de cima,
Neste novo voltar,
Aprecio o tempo,
A preparação.
Sou comedido na emoção.
Sobre as nuvens,
Dou uma volta
Na idade,
No cronômetro,
No calendário.
Daqui de cima
Tenho a distância exata
Para tudo ver e
Para nada sentir.
Para escrutinar
Afetos,
Remorsos
E desejos.
Nesta aeronave,
Olhando o campo de algodão
Tenho a certeza
Que voltar e ir
São o mesmo desafio.
São a mesma provação.
Tomo um café e
Reacendo impressões
Enquanto o voo está calmo,
Dado às reflexões.
Sobre as nuvens
Para onde se olhe
Há horizontes.
12 julho 2023
Pronto pra sair
Estou sempre pronto pra sair.
Pra não alimentar o incômodo.
Não entendo o porquê de resistir …
Pouca mala, pouco pranto e pronto.
Pouco engano, pouca cicatriz.
Se não for pra junto caminhar,
Não faz sentido estar por um fio.
Nas distâncias, o que é que se diz?
Sou dado a mergulhos antes de sair,
Mas somente onde dá pé.
Não me venha com lição ou orgulho,
Que o futuro não está na borra de café.
De três, estou sempre pronto pra sair:
Da roda viva imposta pelo capital;
Dos caminhos apontados pela fé;
E das infindas discussões de casal.
Na real? Sair para poder respirar.
Sair para de lembrança ter o encanto.
Sair para que não haja desencontro,
Descompasso entre desejo e caminhar.
04 julho 2023
Na direção
Esperando os minutos pra sair,
Cair numa nova descoberta,
Fechar os olhos e seguir.
Qual a direção certa?
As horas escapam ao controle.
O desejo intenso que era ir
Perde um pouco o brilho.
O rio tem que fluir!
Quero poesia pra essa hora.
A hora de querer o inusitado.
Soltar as amarras sem demora.
Não importa o resultado.
Quando saudade devora,
Não dá pra ser evitado!
26 junho 2023
Nada no radar
parei de escrever.
uma dor profunda,
coisa que inunda,
que faz desvanecer.
sem ideia inspirada.
nada no radar.
vazio de assombrar
em cada mirada.
papel e quebranto
dedo em riste,
marca de pranto.
há quem assiste,
mesmo de canto,
este poema triste.
18 junho 2023
Esperando você
09 junho 2023
06 junho 2023
Confissão
Perdi uma parte do meu corpo.
Não desta nem tão densa matéria líquida,
mas feita de outra substância inexata...
O que importa é que agora ando torto.
Faltando um pedaço será agora meu nome.
Mas ainda me mantenho de pé e altivo,
mas com um cacoete insistente no pensar
como quem ouvida usar os pronomes.
Perde-se tanto por ganância nestes tempos
Entreguei um amoroso poema aos crocodilos
Não sei se será meu outra vez. Aviltadores!
Preciso de um mecenas em meu intento.
Perdi uma parte do meu inestimável corpo.
Não me questione o tamanho do rombo...
Poderia ser a mínima fantasia sexual aleatória,
Mas, se houver comparativo, vira um tiro no dorso.
Faltando um pedaço! Serei conhecido como tal.
Vagando por aí, escrevendo alhures.
Tudo por um concurso, uma vaidade doida
Onde sabemos que the winner takes it all.