Fingir ser o que já sou
dobrar o tempo em mim
ter outra mesma cara
imperfeita até o real final.
fingir minhas alegrias
sorrindo solto pra ti
na impertinência do momento
onde as vísceras também riem.
fingir correr pra ti
ter em mente o estar pronto
onde jamais disse a verdade
tampouco, pra ti, eu menti.
fingindo a dor do texto
como o poeta louco faz
tão completamente feito
que o eu não sabe para onde olhar!
Fingir ser o que já sou
pode não ser repetição
se há margem pra invenção
sigo sendo eu além do que soou.
Décio Plácido, 04/01/2020
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