Poetizar
Põe, tira!
Sorte. Azar.
Amor é mira!
Poetizar
Fala, grita!
A lua ou casar?
Amor milita!
Poetizar.
Um passo após o outro.
Um degrau.
Novo traçado.
Um amor em formação.
É de vidro?
É de bronze?
De algo que não existe?
Um amor resiliente.
Um abraço apertado.
O beijo de milhões.
Corpos exaustos.
Um amor em ato dramático.
Diferenças.
Contradições.
Intolerância relacional
Um amor consumido.
Fraturas em sequência.
Afastamento.
Impossibilidades.
Um amor ofuscado
Pontes derrubadas.
Redes caídas.
Passagens esquecidas.
Um amor que jaz n'outro coração.
Estou mesmo numa vibe
Assim meio quase à toa
Não sei se é o tarja preta
Ou se essa "é da boa"!
Não faço qualquer juízo,
Ou discuto conservadoras besteiras.
Convivo com uma depressão
Do jeito que posso, a mi maneira.
Estou numa vibe inquieta...
Como quem não anda sozinho a
Tramar amores e revoluções!
O incenso já mostrou caminhos.
Essa vibe de energia, sem interesse,
Distorce a 'realidade' do espelho.
Faz-nos perder a noção da hora
Na desgastante discussão com o desejo.
Sempre misturo alopatia e naturais,
Como quem pula de terreiro em terreiro.
Aproveitando as possibilidades de entrega
Já nem lembro mais há quantos Janeiros.
Estou com meu jovem filho.
Com uma parte boa de mim
Uma parte apartada, solo,
Mas numa ligação sem fim.
Vendo ele tanto se independer
Bate um pouco de boa nostalgia.
Barganho com deuses do Tempo,
Mas são implacáveis na correria.
Estou reconhecendo meu Uli.
As peculiaridades deste ser,
Que é único a caminhar…
Nada resta a não ser enternecer.
Em poucos dias, 15 anos serão
Sou grato pelos desafios diários
Momentos tensos, outros, hilários
Ser pai, ser esteio, ser coração.
Você ouvirá as mesmas músicas dela…
E se algo quebrar o encanto?
E se começarem a aparecer entretantos,
O amor terá que descer na goela?
Quanto tempo dura um feitiço?
Sou rodado em tantos quebrantos …
Sinto o frescor da verdade, no entanto,
Me vejo em outras águas quando catiço.
As mesmas conversas, você quer ouvir?
Quanto de repetição se suportaria?
O ineditismo no amor é uma fantasia
Que não se cansa de nos seduzir.
Os mesmos filmes, os mesmos livros
Fazem marcas na gente, são a história.
Constroem pra gente uma outra memória.
Talvez o acostumar-se nos mantenha vivos!
Só sei escrever em versos.
Não sou bom em redação.
Faço poemas por obrigação.
De um poeta, não sou diverso.
Obrigado a tentar dizer tudo.
Tentar? Porque não vou conseguir.
Anos escrevendo aqui e ali, e
Ser das letras não basta contudo.
Faço quando alguém se vai.
(Me)Refaço quando uma estrela vem.
Os pensamentos não se contêm
E só no papel tudo se esvai.
Só sei escrever em versos
Edito as emoções em quadras
Elas saem tortas... e rimadas
E, de mim, não são o inverso.
Com um poema também se luta
contra noites insones,
por tanta gente sem nome,
contra tanta força bruta.
Um poema também denuncia
as faltas de políticas públicas,
os excessos da mortífera polícia
- mais de 30 se foram esses dias.
A pena tem seu corte afiado
quando lembro dos desvalidos,
de quem dorme no relento,
de quem todo dia é vilipendiado.
Com um poema também se luta.
Sem espaço para tergiversar
numa ideologia unida na disputa,
mesmo com tantas falas por falar.
Poetas, uni-vos.
Ela saiu dos meus olhos.
Não insisti que ela ficasse.
Dois que voltam a ser dois.
E o sonho cedeu ao impasse.
São muitos os desenhos doravante...
Não saberia precisar pra você.
Não sei se cabe um simples até logo
Ou juras de nunca desaparecer.
Prometo não esquecer os motivos
De termos outrora os corações selados.
Mesmo que agora os voos sejam solo
Sou completo por ter te amado.
Nos perdemos de nossos olhos
Num rasante do cansaço,
Que se arranhou no solo...
E a distância ganhou espaço.
Nos perdemos na razão dos olhos.