27 agosto 2025

No ofício de escutar, 

Fui forjado

Com aço e plumas.

Igualmente 

Adornado e estruturado. 


No ofício de escutar,

Faço estradas. 

Entre veredas 

Descampadas

E selvas fechadas. 


No ofício de escutar, 

Digo coisas a outrem.  

Interpretação.  

Sai do labor

A palavra que vem. 


No ofício de escutar,

É preciso silenciar

O próprio ego. 

Ser ponte,  

Fosso e castelo. 


No ofício de escutar, 

Reside a minha alma.

Tenho calma.

Inspiro

E o Sol se espalma. 

14 agosto 2025

Nos vimos. 

Nos reconhecemos. 

E ela disse sim. 


Tinha lembranças 

Tinha ouvidos, 

Então rimos. 


Afrodite ainda mora nela. 

Uma definição de Luz… 

Não sabia onde pôr as mãos, 

Meus olhos estavam abertos.


Não sabia se mirava ou seguia seu olhar 

Ou me rendia às lembranças 

Vivas de apertar o coração -  

Reais de machucar os dedos no violão. 


Ela me disse da sua vida.

Escutei como um devotado aprendiz. 

Quis saber da lacuna do tempo

Esquecendo a felicidade na ponta do nariz.


Nós vimos por aí 

Um bom acidente do acaso.

Já fiz música até pra ela 

E quando choveu, entreguei meu casaco.  

Mais do Mesmo Alívio!!!