25 setembro 2024

Vejo meu filho dormir:

Ele é a parte de mim 

Que mais gosto e admiro.


Contemplo o que há por vir.


O plácido do seu nome 

Está em seu rosto adolescente.


Que assim siga a vida.

Que assim ele a experimente. 


Vejo meu filho dormir e

Lembro de cada ninada.

Cada história contada.


Emoção foi e é a caminhada.


Talvez ele já tenha sonhos de jovens;

Ou haja uma ebulição interna…


Mas meus olhos hão de ter coragem 

Pra vê-lo fazer a própria viagem. 

24 setembro 2024

Interminável

O tempo da espera

Pelo inatingível médico,

Pelo caixa do mercado… 

Tudo me parece uma era. 


É o tempo escorrido:

Roubado pela atendente da farmácia.

Surrupiado aguardando o buzu.

Tudo é tão sofrido.


São escapes de vida.

A fila sem fim daquele show;

O ferry boat em feriados.

Não estou defendendo vida corrida 


Só não quero esperdiçar Tempo.

Um deus tão lindo - já cantaram. 

Gosto do ocioso, não do ansioso 

Fazer de cada minuto unguento.

17 setembro 2024

Não quero te amar no final.

Não terei suporte.

Não entenderei 

A mais simples sentença.

Sobre o futuro, 

Nunca mais sonharei. 

No derradeiro, não quero te amar.

Quero que tudo seja novo. 

Como quem cria galinhas 

E espera ansioso 

Pelo primeiro ovo.

Não quero te amar no fim. 

Quero um corpo livre e

Uma alma pacificada. 

O único dever é viver… 

Essa é obrigação dada. 

Quando tudo acabar, 

Não que te amar. 

Isto não é um mau agouro! 

Tampouco uma expectativa 

É só a lembrança meio nublada

De uma vela interrompida. 

Décio Plácido 17/09/24

Mais do Mesmo Alívio!!!