Não são tanto marteladas e forjas
Mais parecido com coesão e delicadeza na liga
Pra juntar força, pra ter peito e fôlego
E desembainhar a voz teimosa por expressão
O verbo mudo ganha corpo e vulto
Nos olhares ambiguos das salas de espera
No dissabor da atenção quebrada
Na lombada fria de uma curva acentuada
O verso simples - de empinar as cadeiras -
Preenche entranhas, colore sonhos - tonifica! -
Se diz na rua, no consultório, até num balcão de pães
Com maquinação leve, sem trava na boca
Mas eu nunca trouxe verso na mala
Desconfio até que não os diga muito bem
Aqui, o vulgar era um-pra-um. Um desejo,
Uma estrofe, um cansaço, o universo de uma palavra de inteira.
Entre sonetos e tudo que sou eu
Há quem diz querer,
Há também quem precisa fingir que não quer.
Existem as badaladas dos sinos
E uma ou outra trama por saber
Sobretudo, urgência em construir pontes entre as letras.
Décio Plácido Neto, 26.03.2018
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