06 julho 2015

Sobrevivo

O que me dói na injúria 
É a mesma praga da insônia: 
A impossibilidade de controlar a causa
E a necessidade de intervenção externa para dela dar cabo. 

O que mais me dói na acusação mentirosa
É o mesmo que me maltrata num filme ruim:
Ser desafiado a ir até o fim do ponto final
Para tentar entender a forma torpe de como tudo começou

O que me dói mesmo é saber que a facada virá, 
Que meu amor será abalado, 
Que minha admiração será devastada sem perdão...
E que perderei um "dos bons" para a sua própria dúvida 

Enfim, o que me dói é a falta de leveza 
A improbidade emocional.
A desconfiança é uma brisa suave, constante e insidiosa, 
Que torna ébrio até o mais vigoroso pilar. 

Seu nome ainda dorme em minha cama
Minha pele ainda recita suas canções 
Mas a incongruência mexe com meus neurônios, 
Faz-me perder a casca e ser pior que você. 

Já te coloquei pra fora,
Mas revisito sua forma;
Não para doer ainda mais, 
Mas para ter certeza e entender do que sou feito. 


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