24 fevereiro 2025

A pedra dura do trabalho pesa na pele azeviche. 

Voltamos nos séculos. Vejo; ninguém me disse. 

Extrapola nos que têm cor - toda gente.

Os que têm dor, botam o carnaval pra frente. 


Os tumbeiros não sangram mais os mares. 

Usam giroflex nas ruas das cidades. 

Prendem, mas soltam, ricos covardes. 

Prendem e matam - negros cadáveres. 


Há muito o tambor ancestral resiste.

Não cede à falta de câmera no uniforme. 

Às perseguições nos camarotes de grifes.

O batecum é uma herança, não dorme. 


100 reais para sustentar o apartheid 

Manter de pé e - inabalável - a corda (bamba)

Os de dentro e os de fora da night 

E o carnaval segue (sempre) o rumo do samba. 

06 fevereiro 2025

Se deus está em tudo, 

Não sobra espaço para o acaso,

Para a inaugurar a criação. 

Não há possibilidade para o erro.

Com ele, é só perfeição. 

O caminho está traçado. 

Para que invenção? 

Há pouca margem pra liberdades, 

Tanto faz vilarejo ou cidade

Jovem demais ou deveras ancião. 

Livre arbítrio!; defendem os crentes, 

Mas ele sabe sua escolha de antemão.

Você pode ou não amar o próximo 

Ele se faz de doido, e não tem retaliação. 

Se você for ateu,

Ele perdoa! 

Veja só! Ele perdoa sua condição. 

Se deus está em tudo,

Gritar e espernear não é uma opção; 

Pois nem para se ser, existir, ter vida

O diabo depende de verdadeira liberação. 

Não adianta se esconder

Procurar refúgio, ocultação. 

Será que ele tem os olhos de Bette Davis? 

Talvez ele seja um espião.

Deus vê tudo que se faz 

Desconfio que ele mesmo precise de salvação.

Décio Plácido, 06/02/25 

Mais do Mesmo Alívio!!!