14 outubro 2024

Tenho ímpeto de lascar o céu 

E abrir fendas no que daqui não se vê - 

No que daqui se sente com tanta peleja.

E escancaram meus olhos no cair do véu. 


O firmamento também se abre em espiral; 

E dançam imagens irreais nesta tela. 

Imagino quais seriam meus objeto e foco

Olhando o céu e acendendo uma vela. 


Tenho sonhos para análise do velho Freud,

De decifração truncada, salvo para as ninfas. 

Essas viagens internas são um triunfo, 

Mas também há um traço que me amofina.  


Neste desarrazoado reino de Morfeu,

Pode-se tudo e mais. Firmo lembranças 

De onde surge esse clarão tão insistente?  

Do mesmo lugar onde brotam as ondas do apogeu. 

Décio Plácido, 14/10/24

 

02 outubro 2024

Escrevo porque o amor não basta. 

Não são suficientes os olhares devotados; e

Abraços carinhosos se mostram minguados…

As letras gravadas são de outra casta. 


Escrevo para transpor o gozo. 

Não é razoável textos e corpos

Disputando espaços inefáveis. 

Um barco para muitos portos. 


Na tela na qual desenho poemas

Deixo muito mais que o coração. 

Se eu fosse um homem de fé, 

Diria que a espírito se mostra na pena. 


Escrevo porque não basta o amor; e

Este não basta porque já sou inteiro.

E só a poesia me faz explodir feito estrela

Numa busca idílica de viver sem dor. 

Décio Plácido, 02/10/24

01 outubro 2024

 Escrever é o alivio

Com o qual 

Meu espírito aquiesce 

Como natural. 


É o instante que silencio.

Destravo a alma. 

É quando tudo opera

Como um vento fresco e vadio. 


Despir-me assim 

Também é purgar. 

Um silencioso depurar -

… Cascas caídas ao fim. 


Mesmo que eu escreva pétalas

E todos leiam espinhos,  

Para não morrer vivo, 

Sigo insistindo neste caminho. 

Mais do Mesmo Alívio!!!