Me mande um par de luvas
- De aço cortiça couro ar,
Para acertar minha coluna
Tomar banho de tardezinha
Plantar minha goiabeira antiga
Ajeitar a barba no anoitecer...
E, ao ingerir o analgésico de esperanças caducas,
Embalar a fábrica de desejos...
Me mande as minhas luvas
- De ontem amanhã do meio de quando,
Para comer diferente novo
Escrever novamente outro
Sem tanta rima de gramática protética.
Para doar notas
E reatar sonho-de-nós-sonhos.
Escute, deixe que eu me visto...
Calço estas luvas
Que permitem sentir mãos
Quando o peito só tem garras...
Com luvas eu não vejo.
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