Tem um dragão dentro de mim
queima-me sem dó ou compaixão
destrói-se sem qualquer remorso
esquecendo do óbvio destino
Tem um monstro sacro em meu peito
algo que se move sem que eu pense
algo que se inflama e queima...
basta que encare seus olhos vadios
Tem algo dentro de mim
uma azia dilacerante e irreversível
algo que me ajuda a lembrar
que sou eu, sou eu, apenas eu na fogueira
Tenho algo sacro e outro tanto abominável
Sou a lança, a espada e o dragão
o ouro, a prata e o ferro enferrujado
os galos, a enxada, as cobras e a matéria que apodrecerá
No entanto, cale-se por um instante
saia que a rua te espera e adormecerei
vez que já me cansa o maniqueísmo imperativo
apesar do corpo fechado: choro.
Pranto de lança
Pranto de dragão
Força de cavaleiro...
faz-se luz em todas as faces.
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