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não lhe contei o que doía!
aquilo que marca a pele e confunde a alma
e que me faz reler a vida a cada momento
- o que não foi dito pela astrologia.
não lhe falei da minha face...
das que se fizeram possíveis ou necessárias...
das que restavam no armário
- tão gastas e solitárias quanto as desculpas
as dúvidas, sim, coloquei na mesa...
e gritamos que acreditaríamos,
mas eu sussurrava sozinho meus medos
dizia de um tudo (menos o nome) - não será uma repetição
disse-lhe tanto sobre meu jardim
das flores que rego e dos parasitas que aceito
sugeri quando poderíamos tomar sol
ou a trilha que deveríamos ter caminhado...
vã aceitação -
fútil engodo
não lhe disse o que não lhe pertencia
compreendi perplexo sua desatenção
- que regalo! não sabia que estava em julgamento
ainda há amor, mas o olhar está morto.
morto como só as pedras sabem estar.
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