Estava com saudade
do mar,
do Porto,
do Sol,
do cair da noite!
Precisava arrancar de mim
Tudo que não quero
Tudo que cansei
Tudo que pesa.
E que só o mar
O mar da Bahia
De Iemanjá
e Mikaiá
É capaz de curar!
Ninguém foge à sua natureza
Por mais escrutinada
Por mais talhada
Por mais domada
A essência é um núcleo duro de certezas
O carnívoro não reconhece nas flores
O mesmo valor que as borboletas
-Lhe faltam asas e
uma forma de delicadeza,
Para espalhar por aí pólen e cores
Ninguém escapa à sua constituição
Aos alicerces erigidos
Com estes ou aqueles signos
Até o ponto de basta
Onde voltar não é mais opção.
A nossa borboleta não aprecia a trêmula carne
Como o faz um felino em sua sanidade
-Lhe falta adrenalina
E um tipo especial de destreza,
Para transformar uma caçada em arte.