Eu rasguei a face do chão
Com a palavra mais pesada
Que saiu da minha alma.
Aliviando a tensão indesejada
De querer ser mais e mais.
Os meus pés seguraram bem
Os textos que tentavam me definir.
As frases mais ordinárias.
Não sei de reação mais solitária
Que se contentar com o que se é.
Meu peito finalmente se abriu
Quando medi o tamanho de minha sombra
E belisquei carinhosamente o espelho.
Enquanto as vozes que antes me esculpiam
Se desfaziam, me esqueciam… jaziam.
Achei ter entendido o bardo inglês:
É necessário ser depois de um ter sido.
Não ser essencialmente o que se falou.
Rever na carne o que já se esqueceu.
Reler nos ditos: a potência se anunciou!