O assassinato de Marielle Franco roubou a minha poesia, minha saúde mental, minha conexão com essa sociedade que está dando uma guinada rumo aos mais baixos porões da barbárie.
Não saber se os assassinos usam farda ou são apenas "pessoas de bem verde-amarelos" me deixa numa encruzilhada sem Èṣù ... Quanto custa uma cabeça com pensamentos dissonantes de empatia, direitos humanos, coletividade, acesso a bens e serviços de qualidade e equidade?
Raul já cantava que o prato mais caro é o que se come cabeça de gente que pensa; Elza, por sua vez, grita que a carne mais barata do mercado é a carne negra....
Num país onde as forças armadas clamam para agir sem investigação, estar recluso num quarto de hospital nem me parece tão seguro; imagine quando se é a porta-voz eleita de mais de 46 mil excluídos do tabuleiro marcado do retrocesso.
Parem com essa história de integrar, de não dividir direita e esquerda... NÃO ME CONVENCE. Enquanto estamos jogando limpo, denunciando, manifestando, sem revolta armada, sem gás ou porretes, ainda confiando nas instituições (?), ELES ESTÃO NOS MATlANDO. Para mim essa é a linha de corte entre a salvaguarda de um posição e o extremismo fundamentalista. Não quero inimigos, mas não ofereço meu pescoço também.
O ovo da serpente eclodiu, Brasil!
Que gbogbo Òrìsà tenham clemência dessa terra de gente decente.
#nossavitórianãoseráporacidente
Décio Plácido, 16.03.18
Mais do Mesmo Alívio!!!
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